sábado, 17 de março de 2012

o baixo nível da TV no Brasil




Por Dom Henrique Soares, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aracajú-SE

A situação é extremamente preocupante: no Brasil, há uma televisão de altíssimo nível técnico e baixíssimo nível de programação.

Sem nenhum controle ético por parte da sociedade, os chamados canais abertos (aqueles que se podem assistir gratuitamente) fazem a cabeça dos brasileiros e, com precisão satânica, vão destruindo tudo que encontram pela frente: a sacralidade da família, a fidelidade conjugal, o respeito e veneração dos filhos para com os pais, o sentido de tradição (isto é, saber valorizar e acolher os valores e as experiências das gerações passadas), as virtudes, a castidade, a indissolubilidade do matrimônio, o respeito pela religião, o temor amoroso para com Deus.

Na telinha, tudo é permitido, tudo é bonitinho, tudo é novidade, tudo é relativo!

Na telinha, a vida é pra gente bonita, sarada, corpo legal…

A vida é sucesso, é romance com final feliz, é amor livre, aberto desimpedido, é vida que cada um faz e constrói como bem quer e entende!

Na telinha tem a Xuxa, a Xuxinha, inocente, com rostinho de anjo, que ensina às jovens o amor liberado e o sexo sem amor, somente pra fabricar um filho…

Na telinha tem o Gugu, que aprendeu com a Xuxa e também fabricou um bebê…

Na telinha tem os debates frívolos do Fantástico, show da vida ilusória…

Na telinha tem ainda as novelas que ensinam a trair, a mentir, a explorar e a desvalorizar a família…

Na telinha tem o show de baixaria do Ratinho e do programa vespertino da Bandeirantes, o cinismo cafona da Hebe, a ilusão da Fama…

Enquanto na realidade que ela, a satânica telinha ajuda a criar, temos adolescentes grávidas deixando os pais loucos e a o futuro comprometido, jovens com uma visão fútil e superficial da vida, a violência urbana, em grande parte fruto da demolição das famílias e da ausência de Deus na vida das pessoas, os entorpecentes, um culto ridículo do corpo, a pobreza e a injustiça social…

E a telinha destruindo valores e criando ilusão…

E quando se questiona a qualidade da programação e se pede alguma forma de controle sobre os meios de comunicação, as respostas são prontinhas:

(1) assiste quem quer e quem gosta,

(2) a programação é espelho da vida real,

(3) controlar e informação é antidemocrático e ditatorial…

Assim, com tais desculpas esfarrapadas, a bênção covarde e omissa de nossos dirigentes dos três poderes e a omissão medrosa das várias organizações da sociedade civil – incluindo a Igreja, infelizmente – vai a televisão envenenando, destruindo, invertendo valores, fazendo da futilidade e do paganismo a marca registrada da comunicação brasileira…

Um triste e último exemplo de tudo isso é o atual programa da Globo, o Big Brother (e também aquela outra porcaria, do SBT, chamada Casa dos Artistas…).

Observe-se como o Pedro Bial, apresentador global, chama os personagens do programa: “Meus heróis! Meus guerreiros!” – Pobre Brasil!

Que tipo de heróis, que guerreiros!

E, no entanto, são essas pessoas absolutamente medíocres e vulgares que são indicadas como modelos para os nossos jovens!

Como o programa é feito por pessoas reais, como são na vida, é ainda mais triste e preocupante, porque se pode ver o nível humano tão baixo a que chegamos!

Uma semana de convivência e a orgia corria solta…

Os palavrões são abundantes, o prato nosso de cada dia…

A grande preocupação de todos – assunto de debates, colóquios e até crises – é a forma física e, pra completar a chanchada, esse pessoal, tranqüilamente dá-se as mãos para invocar Jesus…

Um jesusinho bem tolinho, invertebrado e inofensivo, que não exige nada, não tem nenhuma influência no comportamento público e privado das pessoas…

Um jesusinho de encomenda, a gosto do freguês… que não tem nada a ver com o Jesus vivo e verdadeiro do Evangelho, que é todo carinho, misericórdia e compaixão, mas odeia o fingimento, a hipocrisia, a vulgaridade e a falta de compromisso com ele na vida e exige de nós conversão contínua!

Um jesusinho tão bonzinho quanto falsificado…

Quanta gente deve ter ficado emocionada com os “heróis” do Pedro Bial cantando “Jesus Cristo, eu estou aqui!”

Até quando a televisão vai assim?

Até quando os brasileiros ficaremos calados?

Pior ainda: até quando os pais deixarão correr solta a programação televisiva em suas casas sem conversarem sobre o problema com seus filhos e sem exercerem uma sábia e equilibrada censura?


Isso mesmo: censura!

Os pais devem ter a responsabilidade de saber a que programas de TV seus filhos assistem, que sites da internet seus filhos visitam e, assim, orientar, conversar, analisar com eles o conteúdo de toda essa parafernália de comunicação e, se preciso, censurar este ou aquele programa.

Censura com amor, censura com explicação dos motivos, não é mal; é bem!

Ninguém é feliz na vida fazendo tudo que quer, ninguém amadurece se não conhece limites; ninguém é verdadeiramente humano se não edifica a vida sobre valores sólidos…

E ninguém terá valores sólidos se não aprende desde cedo a escolher, selecionar, buscar o que é belo e bom, evitando o que polui o coração, mancha a consciência e deturpa a razão!

Aqui não se trata de ser moralista, mas de chamar atenção para uma realidade muito grave que tem provocado danos seríssimos na sociedade
.
Quem dera que de um modo ou de outro, estas linha de editorial servissem para fazer pensar e discutir e modificar o comportamento e as atitudes de algumas pessoas diante dos meios de comunicação.

Recebido por e-mail enviado pelo amigo Gilson Raslan

sexta-feira, 16 de março de 2012

Algumas dicas para ler jornais

Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!


Por Marcelo Migliaccio 


Aproveitando o texto Jornalismo para iniciantes, aqui vão algumas dicas de um jornalista experiente para que você consuma produtos da indústria da informação com um mínimo de segurança, ou seja, sabendo o que é realmente informação e o que é conversa fiada com interesses camuflados.

I -  Comece a ler a primeira página dos grandes jornais de baixo para cima. Normalmente, o espaço superior, que os editores julgam ser mais nobre, é ocupado por manchetes destinadas a prejudicar a imagem de alguém ou de alguma corrente política, além disso, é no lá alto que os jornais colocam as promoções que usam para atrair o leitor que já não se interessa tanto por suas reportagens (tipo dar relógio de presente). É no alto também que são estampadas notícias de grande apelo popular mas discutível relevância, como o resultado do jogo do Flamengo ou a bela modelo eliminada do reality show.

Outro dia, a importante notícia de que o desemprego entre os jovens no Brasil havia caído pela metade estava lá embaixo, pequenininha, enquanto o desfile da Unidos da Tijuca era escancarado lá no alto...

Em geral, as marolas e intrigas políticas de ocasião, ganham grande destaque, enquanto fatos de importância para além da nossa época são negligenciados. Veja o destaque dado agora à suposta "crise" na base de apoio do governo.

II -   Repare nos verbos usados. Em jornalismo, o verbo é tudo. Se escrevem que o governador "afirmou", é uma coisa. Mas escrevem que ele "admitiu", já vem uma carga desfavorável implícita na semântica.  "Sustentar", "reconhecer", "argumentar", entre outros, são verbos usados para colocar alguém em posição defensiva, jogando sobre este sempre alguma suspeição.

Por outro lado, se optam por "decretou", "sentenciou", "definiu" e "concluiu", isso  mostra que o fulano em questão é um grande amigo do jornal.

Se o fulano "sacramentou", ele é amicíssimo!

III - Aos amigos, tudo, principalmente uma boa foto. Aos inimigos, uma careta. Uma vez, um ator e diretor de TV e teatro ligou para o jornal em que eu trabalhava para reclamar de uma foto dele publicada em ângulo desfavorável, Vaiodoso que só, não gostou de sair nas páginas de rosto franzido, Bolas, ele fazia um papel de vilão, a foto, do personagem, era pertinente... Com os políticos, essa distinção de imagem é muito usada. Algumas fotos chegam a ser sonegadas ao público, como foi recentemente aquela em que Dilma Rousseff e o ator Sean Penn apareceram lado a lado. Você viu?

IV - Um jornal não é do dono, é das empresas que nele anunciam. Por isso, H.L. Mencken, grande jornalista americano, dizia, já nos anos 1920, que um pasquim popularesco é mais confiável do que um gigante da mídia. Sem anúncios, um jornal é verdadeiramente independente (pena que não dura).

Imagine se um dos jornais em que eu trabalhei publicaria a denúncia de que o banheiro do Mc Donalds da Cinelândia havia se transformado em ponto de encontro de homossexuais e garotos de programa. Um absurdo, funcionários dizendo que nada podiam fazer e crianças se arriscando a se deparar com aquelas cenas. Claro que o editor disse pra eu jogar a apuração no lixo...

Outro chefe meu ignorou a situação caótica que testemunhei no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, porque a divulgação daquilo não seria nada boa para a facção política que detinha o poder na época.

Da mesma forma, jornais com muitos anúncios dos governos estaduais, municipais ou federal pensam dez vezes antes de publicar algo que realmente vá incomodar seus mantenedores. Fica sempre aquele morde e assopra entediante, em que pequenas denúncias frívolas se alternam a matérias escancaradamente chapa branca. Quando o governo Lula pulverizou a verba de publicidade em impressos, diluindo-a por jornais menores do interior, os grandes da mídia ficaram fulos da vida.

V - Leia os editoriais. Ali, onde os editores manifestam de forma mais clara a posição do jornal, fica evidente que corrente política eles apoiam e qual querem ver longe do poder, ou melhor, da chave dos cofres públicos. Gozado é que lá, onde têm a prerrogativa de opinar, eles procuram fazê-lo da forma mais suave possível, com uma linguagem rebuscada e fugidia que torna todo editoral chatíssimo de ler.

VI - Dê uma olhada na escalação do time de colunistas. Em geral, todos dizem o que o patrão quer, e por isso ele os coloca lá. Esses papagaios permitem ao dono reverberar suas opiniões e posições. já que só pensam em garantir seus empregos e têm como traço comum, além da cara de pau, a mediocridade. A tarefa calhorda é considerada tão nobre hoje em dia que alguns colunistas até se tornam imortais da Academia Brasileira de Letras.
Não deixe que aluguem a sua cabeça, mas, se não houver outro jeito, cobre um aluguel bem caro

Noam Chomsky: As 10 estratégias de manipulação midiática

O professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachussetts, Noam Chomsky, elaborou uma lista das "10 Estratégias de Manipulação" através da mídia. 


Manipulação da mídia
A manipulação da mídia
10 Estratégias de Manipulação



A estratégia da distração


O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.
 
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").


Criar problemas e depois oferecer soluções 

Esse método também é denominado "problema-ração-solução". Cria-se um problema, uma "situação" previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. 

Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

A estratégia da gradualidade 


Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

A estratégia de diferir
Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e desnecessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. 

Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade 

A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. 

Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".

Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos...

Manter o público na ignorância e na mediocridade

 
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

Estimular o público a ser complacente com a mediocridade 

Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

Reforçar a autoculpabilidade 

Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem
No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência geraram uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. 

O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

Fonte: Argenpress, reproduzido por Adital
 

Chantagear a Dilma é tiro no pé

Temer e Blairo: e ninguém percebe ?

O partido do (vice) Presidente Michel Temer, o PMDB, e o do Senador Blairo Maggi, o PR, devem achar que o amigo navegante é um parvo.

Que ninguém percebe que o PMDB, o PR e outros da mesma espécie se dedicam à arte de chantagear a Presidenta da República.

Ou vamos pro rachuncho ou bye-bye “governabilidade”!

E ninguém percebe.

Que basta jogar um lero às penas amestradas do PiG (*), disseminar uma falsa crise – e ninguém percebe.

Clique aqui para ler “A crise é do PMDB” e aqui para ler ” Blairo queria os Transportes e penduricalhos – só !”.

O partido do (vice) Presidente é um velho mestre na arte de chantagear – se não ceder, cai o Governo !

Com o apoio irrestrito do PiG (*).

E ninguém percebe.

O partido do senador Blairo Maggi levou ao Governo quatro nomes para se apossar do Ministério dos Transportes.

Nenhum deles – ignoram-se os nomes -, aparentemente, se qualificava para segurança de bingo.

Aliás, o senador Blairo vem à cabeça toda vez que se diz que o Estado deve ser governado como uma empresa.

Os tucanos de São Paulo adoram a tese.

(Embora nenhum deles jamais tenha administrado uma carrocinha de Kibon. É o tal “choque de gestão” do Aécio Never, que há três gerações trabalha para o Estado.)

Sempre em busca da eficiência, dos resultados !

Blairo é um dos mais bem sucedidos empresários agrícolas do país e um desastre na vida pública.

É como o Mitt Romney nos Estados Unidos – um empresário bem sucedido e um político medíocre.

O Blairo e o Temer acham que ninguém percebe.

Que o partido deles pode acuar a Presidenta na calada da noite, extorquir o Ministério, a diretoria da estatal, e ninguém percebe.

Percebe, sim !

Ainda mais que se trata de um conjunto de marmanjos, figurinhas carimbadas da política nacional, que não enganam mais ninguém.

O Brasil percebe tudo o que os partidos do (vice) Presidente e do Blairo pretendem.

O Brasil mudou, amigo navegante.

O Daniel Dantas que o diga: acaba de tomar uma “súmula vinculante” na Justica do Rio – clique aqui para ler “Klouri e PHA derrotam Dantas na Justiça, pela enésima vez”.

O Temer, o Renan, o Wellington, o Eduardo Cunha, o Henrique Alves, o Padilha, o Blairo, o Sarney – e o Brasil não percebe ?

Eles acham que vão paralisar o Congresso ?

Um presidente americano, Harry Truman, que substituiu uma lenda, Franklin Roosevelt, enfrentou os chantagistas com uma campanha: “o Congresso não trabalha”.

Era o “do nothing Congress”.

Quem ganhou a guerra ?

Ou eles acham que ninguém percebe?

Que basta seduzir as penas amestradas ?


Paulo Henrique Amorim 



http://contrapontopig.blogspot.com 

Mais dois tucanos cassados

 

Prefeito e vice são cassados por abuso de poder econômico 

Por decisão do juízo da 153ª Zona Eleitoral, em análise de ação de Impugnação de Mandato Eletivo, movida pelo Ministério Público do Paraná, o prefeito e o vice-prefeito de Bituruna, no Sul do Estado, tiveram seus mandatos cassados. Rodrigo Rossoni e João Vitório Nhoatto podem recorrer da decisão, que determina a diplomação dos candidatos que ficaram em segundo lugar no pleito.

O MP-PR interpôs a ação de impugnação contra os políticos, a Coligação “Renovação e Trabalho” e o Partido da Social Democracia Brasileira, defendendo que houve abuso do poder econômico durante a campanha. Sustenta, em síntese, que o gasto de R$ 321.386,21 declarado na prestação de contas representa quase o triplo da arrecadação tributária mensal do Município ou aproximadamente 25% da receita tributária anual da cidade, que conta com 12 mil eleitores. Foram contratados 528 cabos eleitorais, o equivalente a 11,44% dos 4.614 votos que receberam ou a 5,45% do total de votos válidos computados (9.682)

Citando o grande número de cabos eleitorais contratados em um município de pouco mais de 15 mil habitantes e o fato de que o município tinha 39,99% de incidência de pobreza, segundo o IBGE, afirma o juiz Irajá Pigatto Ribeiro, na decisão: “(...) ainda mais se assenta a indevida, gravíssima e inegável influência que o excessivo volume de recursos gastos em propaganda e em especial na contratação de trabalhadores em favor da candidatura dos impugnados exerceu na vontade do eleitor, viciando-a (e, naqueles de menor consciência política ou resistência moral, aniquilando-a), e, de corolário e necessariamente, no resultado da eleição, afinal decidida em favor dos impugnados por diferença de apenas 64 votos”.

Rodrigo Rossoni e João Vitório Nhoatto foram eleitos em julho de 2011, em um pleito suplementar para substituir o então prefeito e o vice, que perderam os mandatos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Clique aqui para ler a íntegra da decisão. 

 O Esquerdopata

Na maior "democracia" do mundo, 1,5 milhão de famílias vivem com US$ 2 por dia



De Jack Cafferty da CNN, em seu blog Cafferty File:

Cerca de 1,5 milhão de famílias americanas vivem com US$ 2 por dia - ou menos - por pessoa. 

Os números incluem cerca de 2,8 milhões de crianças.  

Devemos ter vergonha de nós mesmos.  

O Centro Nacional de Pobreza relata que o número de famílias que vivem em "extrema pobreza" aumentou em 130% nos últimos 15 anos.  

O centro utilizou a marca de US $ 2 por dia, porque este é um dos principais indicadores do Banco Mundial na avaliação da pobreza nos países em desenvolvimento. É muito triste fazer esse comentário sobre o estado de coisas em nosso desenvolvido país.  

Os pesquisadores não incluíram o vale-refeição (fornecido pelo governo) na pesquisa.  Se o incluíssem como  rendimento, o número de famílias em extrema pobreza cai quase pela metade, 800.000.  

No geral, há 46,2 milhões de americanos vivendo abaixo da linha da pobreza.  

O governo federal gasta centenas de bilhões de dólares em programas de alimentação, abrigo e casa para os pobres.  

Estima-se que 1 em cada 6 americanos dependem de programas públicos – como o vale-refeição  e o Medicaid.  

Mitt Romney  (o republicano líder na campanha para a Casa Branca)  disse recentemente que  não está preocupado com os "muito pobres", porque “eles já contam com uma rede de segurança”.  

Não é exatamente a voz de um conservador compassivo.


no .blogdoandrefalcao.com

O tamanho do nosso atraso


O registro do que se passa hoje na Inglaterra, berço do liberalismo e de referências clássicas sobre liberdade de expressão e liberdade da imprensa, nos ajuda a entender o atraso secular em que nos encontramos quando se trata de regulação (ou autorregulação) no campo das comunicações.
“O povo inglês merece uma imprensa que assuma suas responsabilidades seriamente e exerça os padrões profissionais reconhecendo que a liberdade preciosa de que desfruta é um privilégio, não um direito divino.”
Lord David Hunt, chairman da Press Complaints Commission
(cf. The Guardian, em 9/3/2012)
A Comissão de Reclamações sobre a Imprensa (Press Complaints Commission, ou PCC, na sigla em inglês), criada por empresários de jornais e revistas, é a agência autorreguladora da imprensa no Reino Unido, em funcionamento desde 1991. Na arquitetura institucional para o setor de comunicações naquele país, além da PCC, existe a OFCOM, autoridade independente e reguladora para as indústrias de comunicações.
O escândalo relativo ao comportamento criminoso do tabloide News of the World, do grupo News Corporation, revelado em novembro de 2011, provocou não só a instalação de uma comissão judicial para apurar e sugerir medidas para evitar a repetição dos fatos como também uma indignação generalizada quanto à ineficiência da agência autorreguladora.
Antecipando-se às recomendações da comissão judicial, a PCC anunciou no dia 8 de fevereiro sua descontinuidade, para dar lugar a outra agência com poderes de interferência mais eficazes. Nas palavras do chairman da PCC, o Reino Unido terá “pela primeira vez um órgão regulatório da imprensa com dentes", embora não tenha divulgado os poderes e o mandato da nova agência.
Na verdade, a promessa de uma agência autorreguladora “com dentes” responde à acusação feita em depoimento à comissão judicial pela escritora J.K. Rowling, autora de Harry Potter. Ela afirmou ser a PCC uma agência “sem dentes”, isto é, sem poder efetivo de ação para coibir os desvios profissionais e éticos da imprensa.
E o Brasil?
O registro do que se passa hoje na Inglaterra, berço do liberalismo e de algumas das referências clássicas sobre a liberdade de expressão e a liberdade da imprensa, nos ajuda a entender o atraso secular em que nos encontramos quando se trata de regulação (ou autorregulação) no campo das comunicações.
Três exemplos:
1. À exceção do Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) –“organização não governamental que visa impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ao consumidor ou a empresas” –, não existe órgão autorregulador para nenhum setor da mídia no Brasil. Mesmo assim, recente recurso ao Conar feito pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (aliás, não acolhido) provocou irados e violentos editoriais e artigos na grande mídia, sob acusação de interferência estatal, censura e fundamentalismo conservador [cf. “Caso Gisele Bündchen: Onde está a censura?”].
2. A Lei nº 12.485/2011, que muito timidamente estabeleceu cotas para a produção nacional na televisão paga, foi recentemente objeto de campanha publicitária do grupo SKY – leia-se Direct TV e Globo –, que utilizou o falso argumento de que a Agência Nacional de Cinema (Ancine) estaria querendo tomar das mãos dos assinantes o controle remoto e decidir por ele qual a programação a ser vista. Além de um desrespeito à inteligência do assinante, uma operadora estrangeira, associada ao maior grupo de mídia brasileiro, se rebela publicamente contra uma lei cujo projeto tramitou por mais de quatro anos no Congresso Nacional. Tudo porque são estabelecidas normas de proteção ao conteúdo nacional, aliás, existentes nas democracias contemporâneas que supostamente servem de modelo para a nossa.
3. E, por fim, a impossibilidade da imensa maioria dos brasileiros de acompanhar as partidas de seus times na Copa Libertadores da América, o principal torneio de futebol da América Latina. O oligopólio no setor de TV paga e os interesses de seus poucos grupos dominantes – exatamente a SKY e a NET (ambas associadas à Globo) – continuam a contrariar a conhecida máxima do juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Byron White, estabelecida 43 anos atrás: “É o direito dos espectadores e ouvintes, não o direito dos controladores da radiodifusão, que é soberano”.
Por favor, leitor(a), julgue você mesmo(a) o tamanho do nosso atraso.
Venício Lima
Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.
Artigo publicado originalmente na revista Teoria e Debate, nº 98.
No Carta Maior

quinta-feira, 15 de março de 2012

A hipocrisia nossa de cada dia


A história da acumulação primitiva do capital é uma história do coração das trevas — o horror, o horror, o horror. Tanto do ponto de vista humano — vidas são sacrificadas — quanto da corrupção e da violência.
O banqueiro J. P. Morgan acertou quando disse que poderia justificar sua fortuna, mas não seu primeiro milhão. A acumulação primeva é quase sempre brutal.
A fortuna de um poderoso empresário brasileiro, praticamente visto como aristocrata, tem origem na venda de escravos. Naturalmente, sua biografia, hoje exemplar, omite a “mancha” dos negócios do avô.
No filme “O Poderoso Chefão 3”, de F. Ford Coppola, o mafioso Michael Corleone tenta “limpar” seus negócios buscando alianças com empresários e banqueiros legais — inclusive financistas do Banco do Vaticano.
Entretanto, ao se envolver com os homens dos negócios “limpos”, Corleone descobre que seus negócios são tão “limpos” quanto os das organizações criminosas ítalo-americanas. O mafioso tinha uma ideia equivocada do mundo real. O que “mata” Corleone não é apenas uma doença, mas sobretudo a percepção de que sua inteligência prática, o pragmatismo herdado do pai, rico em frases de efeito, o enganara no confronto com o mundo dos homens “normais”.
O filme sugere um elogio da máfia, por causa de certa glamourização. Na verdade, Coppola anuncia, no terceiro filme, a morte da máfia que tentou ser inteiramente “legal”. Devolve, por assim dizer, a máfia ao crime mais banal, à violência. A máfia de smoking não funciona — é o recado dos “mafiólogos” Mario Puzo e Coppola.
Numa frase até grosseira, um filósofo inglês sugeriu: “Quer pureza no mundo real? Então, não vá ao convento”. O fato é: a sociedade quer que todos os negócios sejam limpos? Talvez até queira, mas a vida real corre por linhas tortas, como notou Kant, citado pelo filósofo anglo-letão Isaiah Berlin. Uma sociedade mais “reta” precisa ser mais lenta, menos voltada para o presente consumista e mais para um futuro menos comercial. Entretanto, como notou com perspicácia o instigante Berlin, não há sociedade e homens perfeitos. A tentativa de construí-los acaba por levar não ao paraíso — os marxicidas queriam, sim, construir uma sociedade de iguais, pois eram idealistas —, ou à democracia social, e sim à ditadura.
Mas, sim, de vez em quando precisamos pegar um fruto podre, ou supostamente podre, e jogá-lo “fora”. Aí ficamos com a impressão de que a sociedade melhorou e, portanto, estamos “limpos”. Faz bem à eterna “impureza” do ser. 
revista Bula